quinta-feira, 13 de outubro de 2011

CULT?

               Em algum lugar entre o fim da década de noventa ,o popular passou a ser sinônimo de ruim. Antigamente uma coisa era pop e ela era boa . Hoje em dia, se um filme, música ou livro é popular, vem o carimbo junto “produto pop, não consumir antes de virar cult. Sou  defensora do popular em qualquer atividade artística.Pois,gosto muito de música pop e best-sellers. Eu entendo que uma das características principais do pop é ser simples, dada sua acessibilidade ao grande público. Porém, os “intelectuais” de jornalzinho de poesia de faculdade de Letras se acham acima das pessoas normais, logo, se pessoas normais lêem, assistem ou escutam algo, isso não lhes é digno. Se você pensa assim, tenho algo importante a lhe falar: grande parte dos “clássicos” que você lê, assiste ou escuta, não estariam nem nas prateleiras de um sebo, se suas assinaturas não fossem assinaturas “clássicas”.
            Ontem consegui, finalmente, ver o terceiro filme da saga Crepúsculo. E lhes digo algo chocante: o filme não é ruim. Não fossem os clichês e as atuações tão carregadas nas tintas, o filme seria muito bom. O roteiro é bom, a fotografia é linda, a história é muito bem elaborada( sim,com lobo sem pelos) e os conflitos são muito bem colocados na trama. De forma bem melhor do que muito filme badalado cult, podem ter certeza.Podem dizer o que quiserem, mas eu quero ver esses escritores vomitadores de filósofos obscuros criarem um mundo tão cheio de magia (sem trocadilho), tão bem confeccionado e tão rico.
            Por que a arte feita para entreter é tão marginalizada, mas a “arte” feita para tão somente enriquecer o ego do autor é aclamada?Enfim, querem um conselho? Deixem o preconceito de lado e leiam, assistam e ouçam tudo. Mesmo que seja pra falar mal depois, mas consumam, sem preconceito.Vocês vão descobrir que Harry Potter é muito melhor do que muito livro obscuro como pano de fundo pra parecer moderno; vão descobrir que os Russos são legais, mas que as traduções brasileiras os fazem quase ininteligíveis e que 80% dos seus amigos que dizem que os leram na verdade não entenderam nada; vão descobrir que o que importa em um filme é a história, e não os malabarismos visuais e  psicológicos do diretor/roteirista; e vão descobrir que a arte que realmente muda a vida das pessoas é aquela que é feita pensando no espectador/leitor/ouvinte, e não aquela feita para desfilar referências de faculdade de filosofia. Divirtam-se.

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