terça-feira, 25 de março de 2014

Você pode ser o que quiser ser.Pode?

Bom,na verdade a  resposta é: talvez. Talvez eu tenha esse azar, ou talvez não. Na vida há sempre cinquenta por cento de chance para cada alternativa. Eu posso ser nada, ou tudo. E você pode chamar de ilusão da juventude, otimismo, ou o que quer que seja, mas eu fico com o tudo. Porque eu, sinceramente, acredito que você é o que você quer ser. Se pensas pequeno, então pequeno serás. Se desejas o que já foi alcançado, o previsível, então é isso o que terás, e nada além disso. Mas eu não, eu nunca fui uma pessoa normal. Eu nunca desejei o comum. eu sempre me senti como alguém que estava sendo preparada para o mundo, como se eu pertencesse a ele, e a mais nada. Isso porque eu tenho o mundo dentro de mim, nada mais justo que esse mundo inteiro me reconheça, assim como eu o reconheço. Eu quero tudo, eu não gosto de limites. Eu quero conhecer todos os lugares que sempre vi na tv. Eu quero conhecer todas as línguas e sotaques e todo tipo de gente, também. Gente. Eu quero viajar e nunca ter uma rotina sempre igual. Eu não me importo de viver quarenta anos apenas, desde que esses quarenta me pareçam como duzentos. Quero viver tudo o que eu tiver pra viver, ser o que eu quis e nunca o que alguém me obrigou a ser. Fazer o que quis ter feito e não como me ordenaram. Arriscar. Ter histórias pra contar, ter do que me lembrar. Do que me arrepender, do que me orgulhar - apesar de acreditar que arrependimentos só vêm por algo que você deixou escapar, por medo ou por qualquer outro impedimento -. Eu quero ter o que a vida tiver pra me dar... e talvez um pouco mais. Quanto às raízes, acho que a vida tomou parte de me desgarrar de tudo. Se você me perguntasse sobre algo que pudesse me fazer pensar duas vezes antes de ir embora, eu não saberia te dizer. Nada. Nada me prende aqui. Eu tenho sonhos, e não existe nada acima deles.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Com Paixão

Bom,estava lembrando de um livro que li ha algum tempo, “A Insustentável Leveza do Ser” (Milan  Kundera, 1984), pensando no livro,resolvi pesquisar melhor sobre ele , por curiosidade mesmo, já que me agradou bastante assim como me identifiquei com a linha de pensamento . Cliquei na primeira sugestão, Wikipedia, e comecei a ler.Um capítulo do livro é dedicado inteiramente à compaixão. Não me recordava disso, mas lendo no Wikipédia achei muito interessante a seguinte observação:
“Kundera afirma que as derivações latinas da palavra compaixão significam simplesmente piedade, um sentimento que se impõe quando um indivíduo está em posição de superioridade frente a  um outro que sofre. Assim, a compaixão torna-se uma relação de poder dominadora, na qual um indivíduo se sobrepõe sobre outro, podendo oferecer-lhe sua compaixão como um presente, sem porém compartilhar do sentimento que leva o próximo a sofrer.
Nas línguas germânicas, porém, compaixão assume um sentido de “co-sentimento”: o indivíduo que sente compaixão sofre junto com o seu próximo, o mesmo sentimento. Para Kundera, a compaixão é muito mais terrível do que a piedade porque a incapacidade  humana de transpor os limites da subjetividade faz com que o sentimento careça de um certo esforço imaginativo que quase sempre multiplica a dor do próximo, fazendo-a  mesmo maior do que a do próximo.”
As línguas latinas dão um sentido que de certa forma refletem um sentimento exatamente contrário ao sentimento refletido pelo sentido dado pelas línguas germânicas.
Dó X co-sentimento
Depois de saber do significado de compaixão nas línguas germânicas, no nosso significado ela me parece uma massagem no ego de quem possui esse sentimento: a pessoa que sente compaixão se sente solidária por ter pena da outra. Achei bonito esse significado de co-sentimento, não é só solidário, é uma demonstração de companheirismo, fidelidade. Acho engraçado o significado mais caloroso ser dos povos de línguas germânicas e o mais egoísta (no sentido de ser solidário para atingir uma auto-satisfação de bondade) ser dos povos de línguas latinas, provavelmente porque os germânicos usam muito essa palavra para falar sobre os latinos enquanto os latinos a usam para falar sobre os germânicos (ho ho).